"𝓔, 𝓵𝓲𝓫𝓮𝓻𝓽𝓪𝓭𝓸𝓼 𝓭𝓸 𝓹𝓮𝓬𝓪𝓭𝓸, 𝓯𝓸𝓼𝓽𝓮𝓼 𝓯𝓮𝓲𝓽𝓸𝓼 𝓼𝓮𝓻𝓿𝓸𝓼 𝓭𝓪 𝓳𝓾𝓼𝓽𝓲𝓬̧𝓪". 𝓡𝓶 6:18

Devocionais EBD

Até quando falarás tais coisas?

Jó 8: 1-2
 “Então Bildade, o suíta, tomou a palavra e disse: “Até quando você falará estas coisas? E até quando as palavras da sua boca serão como um vento impetuoso?”

O propósito do lamento de Jó diante dos seus amigos era, unicamente, demonstrar o nível; a intensidade do seu sofrimento. Jó não estava buscando uma resposta para toda a sua aflição. Ele só precisava, naquele momento, de uma palavra de consolo, um encorajamento para continuar a viver. Mas, quão difícil é receber algo de alguém que não tem nada para oferecer.

Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe, Bildade, o suíta, era o segundo dos três amigos de Jó. O suíta patronímico foi tomado para referir-se a Suá, um dos filhos de Abraão e Quetura.  A terra assíria de Shithu ficava ao sul de Harã, perto do meio do Eufrates, e pode ter sido a terra de Bildade. Bildade como também os outros amigos, atribui os sofrimentos de Jó aos seus pecados. O argumento de Bildade é baseado nas tradições das palavras sábias e antigas que foram transmitidas desde épocas passadas. Seu apelo à tradição é irrelevante para a situação, e falha em convencer Jó. Embora Bildade, fosse solene e gentil em suas maneiras, seu segundo discurso é uma horrível descrição do homem ímpio, como ele presume que Jó era.

Bildade enfatizou a justiça de Deus. Alinhado com as tradições, sugeriu que Jó deveria olhar para as gerações passadas e aprender com elas. Se Jó fizesse isso, descobriria que as pessoas no passado sofreram devido aos seus pecados e às transgressões de suas famílias. Assim sendo, essa talvez fosse a causa do sofrimento de Jó e ele estaria pecando ao negar enfaticamente, como estava fazendo, a sua culpa diante de Deus. A filosofia de Bildade acreditava que o patriarca deveria aceitar que o justo era abençoado universalmente, enquanto os pecadores recebiam sofrimento. Bildade acreditava que, se Jó fosse realmente justo, então as aflições que padecia seriam apenas temporárias, pois Deus agiria rapidamente e traria novamente a alegria.

Diante do que Jó falou refutando as acusações de Elifaz, Bildade dá inicio ao seu discurso com certa ira. Suas palavras iniciais denotam o quanto ele estava irritado com o comportamento de Jó ante a circunstância. Todavia, o problema tornou-se acirrado por causa dos amigos que não conseguiam compreender o que estava sentindo e, quando ele tentava se expressar verbalmente, era incompreendido. Estavam pegando palavras soltas e usando como argumento para impetrar mais dor e sofrimento a Jó.

Jó havia declarado que a sua causa era justa, entretanto, ele falou isso tendo em visto a sua integridade e retidão diante de Deus, por isso, Bildade acusa Jó de ter dito que Deus era injusto. A pressão psicológica a que Jó foi exposto, indiscutivelmente, o levou a falar algumas besteiras, porém, devemos perceber que no fim de tudo, ele pede perdão a Deus, pois, “tinha falado do que não entendia”.

Assim como muitos crentes nos dias de hoje, Bildade era apegado às tradições dos pais e, assim, as palavras dos antigos tem mais peso do que a própria verdade.

Erivelton Figueiredo

Deus te abençoe.
Graça e Paz.

Referências:
– Dicionário Bíblico Wycliffe
– Quem é Quem na Bíblia Sagrada – Paul Gardner
– Comentário Bíblico Beacon

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