Uma palavra consoladora de Jesus aos discípulos.
João 13: 10-11
“Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos. Porque bem sabia ele quem o havia de trair; por isso disse: Nem todos estais limpos.”
Na passagem bíblica onde Jesus lava os pés dos seus discípulos, Ele levou a efeito a tarefa servil em plena consciência da sua majestade divina – “… sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que ele havia saído de Deus e ia para Deus”. Este episódio exemplifica a obra redentora de Cristo. Tirou a vestimenta, assim como já se despojara da sua glória celestial; sua condescendência em lavar os pés aos discípulos é uma ilustração da humilhação de si mesmo a fim de purificar os homens pecadores; a ação de tomar as vestes de novo representa a sua volta à sua glória celestial.
Os discípulos não suportavam a idéia da troca da posição entre Mestre e servo. Foi um choque para eles — e era o que Jesus queria, pois pretendia ensinar-lhes (e a nós também) uma lição inesquecível. Pedro, numa expressão de obstinação, orgulho e justiça própria, mas de forma inconsciente (presumo eu) dera um duplo golpe contra Cristo – sua atitude era contrária ao espírito da obra expiadora de Cristo. Pedro não queria saber de nada que não estivesse à altura da dignidade pessoal de Cristo; se, porém, achava que Jesus não devia se abaixar para limpar-lhe os pés, teria também de achar que Jesus não devia passar pela ignomínia da cruz para limpar-lhe a alma. O segundo golpe denotava que Pedro não aceitava o senhorio de Cristo: Cristo não pode ser Senhor, se seu discípulo ousa dizer-lhe – “Tu nunca farás assim”. O requisito primário do discípulo é a entrega de si mesmo ao seu Mestre. Na prática, Pedro disse ao seu Senhor – “Seja feita não a tua vontade, mas a minha”.
Os que não querem se entregar ao Mestre em atitude de amorosa obediência não podem pertencer à companhia dos seus. Pedro não poderia participar da Última Ceia antes de passar por aquela experiência que lhe ensinaria a humildade. Pedro, alarmado com a ameaça de exclusão, vai rapidamente ao outro extremo e, com a mesma impulsividade de antes, oferece-se para uma lavagem inteira. Se Pedro tivesse ficado quieto, deixando Cristo levar a sua obra adiante, sem interferências e sugestões suas, feitas como se tivesse sabedoria superior, a situação teria sido bem melhor. Faltou a Pedro humildade; no entanto, por detrás da sua impulsividade havia fervente amor pelo seu Mestre — e Jesus sabia disto.
Cerimonialmente, Jesus sabia que seus discípulos estavam limpos (também no sentido espiritual) mediante seu ministério e que, nos seus corações, amavam-No. No entanto, a ambição apegara-se a eles pelo caminho, e Cristo, tomando a bacia e a toalha, estava mais interessado em limpar os sentimentos de orgulho, que estragariam a espiritualidade da reunião de despedida, do que em lavar os pés. Não se recusava a comer com os que não se lavavam devidamente, mas não podia participar da ceia com os discípulos (isso se aplica a nós também) enquanto estes olhavam com ódio uns para os outros. A lavagem dos pés redundou na lavagem dos corações.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Bíblia de Estudo Pentecostal.
– Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
– Enciclopédia da Bíblia- Cultura Cristã. Merril C. Tenney
Excelente reflexão, que o Senhor se compadeça de nós, que tenhamos um coração ♥ humilde !