Tédio e amargura às vezes invadem a alma.
Jó 10: 1-2 [KJA]
“Essa minha vida só me proporciona desgosto e cansaço; por isso extravasarei as minhas queixas, desabafarei as minhas mágoas. Declararei a Deus: Não me condenes assim; revela-me, rogo-te, que acusações tens contra a minha pessoa!”
Numa leitura mais atenta do livro de Jó, perceberemos que em nenhuma de suas orações ele pediu cura para seu corpo. A maior preocupação de Jó era o ‘por que’ do aparente abandono por Deus do seu servo; saber disso era mais importante para Jó do que seus sofrimentos. Ser aceito por Deus como um dos seus, mesmo na adversidade, era a coisa mais vital na sua vida. O que deixava Jó transtornado até a alma era o sentimento de ter sido excluído dos cuidados de Deus. Seu sofrimento físico não era nada em relação ao que a sua alma estava sofrendo, pelo simples fato de pensar que Deus o tinha abandonado. Quem nos dera se nos comportássemos como Jó diante dos embates da vida. Quem nos dera se diante dos inevitáveis problemas e dificuldades, a nossa alma sentido estar desamparada ‘gritasse’ apelando pela presença do Deus Vivo.
Jó não foi a única pessoa da Bíblia que teve a alma invadida por amargura e, embora haja outros, porém, vamos falar de Um de declarou abertamente como estava se sentindo – “E compartilhou com eles: Minha alma está extremamente triste até à morte; ficai pois aqui e vigiai”. Uma pergunta se faz necessária diante desta declaração de Jesus: Que tipo de sentimento levou Jesus a estar amargurado até a alma? Provavelmente, muitas pessoas vão dizer que foi o abandono, porque se uma não faltava a Jesus era a companhia de pessoas, mas naquele momento, ali no Getsêmani, apenas três estava com Ele. Não creio que isso era o problema, pois afinal, Jesus sabia que a obra que tinha a realizar somente Ele, e mais ninguém, podia fazer.
Acreditamos que, por três razões, Jesus estava com sua alma angustiada naquele momento – a primeira, e mais perturbadora, era por saber que o Pai iria, por um breve momento, Lhe virar as costas, a segunda, por saber que seu sacrifício seria desprezado por muitas pessoas; e, a terceira razão, muito provavelmente, é para mostrar que ninguém está livre deste tipo de sentimento. Até mesmo o crente mais dedicado ao seu compromisso com a obra de Deus não está imune a isso; não está livre de padecer esse tipo de problema. E Jesus além do nos mostrar que estamos sujeitos a essa situação, também, nos mostra; revela-nos qual a solução. Embora a medicina seja algo legítimo e indispensável para a saúde do homem, todavia, problemas que afligem a alma não podem ser tratados com farmacoterapia.
Todos os grandes santos de Deus já verificaram a verdade bíblica que pertencer a Deus e ao seu reino não implicam necessariamente isenção de sofrimento terreno, mas em livramento para o sofrimento terreno com Cristo. Paulo escreveu aos Coríntios – “… fomos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos“, porém, mesmo na sua aflição o apóstolo bendizia a Deus, porque a sua presença e o seu Espírito estavam com ele para consolá-lo.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Bíblia de Estudo Pentecostal.
– Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
