Cultivando o mesmo sentimento humilde de Jesus.
Filipenses 2: 5-6
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.”
O conceito bíblico para humildade incorpora idéias de gentileza e submissão. A pessoa humilde é cortês, e não rude. A humildade é uma atitude de modesta auto-estima. É uma condição na qual o orgulho é rejeitado; é a isenção da arrogância. No cristianismo, supõe-se que a humildade seja uma das virtudes principais, que nos resguarda do orgulho humano, o qual anula, tão facilmente, os propósitos da graça. Também envolve o senso de sermos meras criaturas, débeis e indignas diante de Deus, como também de humildade diante dos homens. Reconhece a própria dependência à graça e à provisão de Deus. Reconhece em Deus a fonte de todo o bem-estar de todas as realizações – “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou…”
Friedrich Wilhelm Nietzsche filósofo alemão do século XIX, nascido, no que costumamos dizer com um ‘ar’ de orgulho, em ‘berço evangélico’, desviou-se, ainda jovem, abraçando a filosofia e desprezando completamente o cristianismo. Em sua filosofia sobre o ‘super-homem’, onde Deus aparece como morto, não abriu nenhum lugar para a humildade, o que, para ele, seria uma qualidade que os poderosos louvam nos fracos, mas somente com a finalidade de mantê-los em sujeição. Para ele, exaltar o servilismo como se fosse uma virtude cardeal, como faz o cristianismo, seria ridículo demais para precisar de refutação. A humildade seria a negação da verdadeira humanidade.
Agostinho, por sua vez, pensava que a humildade é necessária para a verdadeira santidade, visto que o indivíduo arrogante não vai muito longe (espiritualmente falando). Além disso, a humildade seria a base de um serviço altruísta, onde um indivíduo serve verdadeiramente a outrem, e não ao seu próprio ‘eu’.
O que Paulo quer que seus leitores entendam é que a humilhação de Jesus chegou ao extremo de haver se tornado um ‘escravo’; ‘servo’. Ora, na escala (se é que existe uma) social, ninguém é inferior a um escravo. O escravo não tem vontade própria, não têm direitos, não tem qualquer proteção perante as leis do estado. Serve de instrumento ao serviço de outros e é forçado a fazer as coisas mais árduas e degradantes. É, essencialmente, um ‘trabalhador braçal’, e não tem direito a descanso. Jesus Cristo não era realmente um escravo, mas assumiu a ‘forma’ (aparência) de escravo, em comparação com sua glória anterior.
Jesus deixou voluntariamente as riquezas celestiais e toda a sua glória, e se submeteu espontaneamente à sua aviltada condição terrena. Obedeceu e morreu voluntariamente, tendo tido uma morte vergonhosa. No grego original temos o verbo “tapenoo” que significa ‘humilhar-se’, ‘rebaixar-se’, ‘degradar-se’, ‘aviltar-se’. Em seu ministério terreno, Jesus ‘trabalhava’ como instrumento alheio, cumprindo a vontade do Pai. E foi obediente; mostrou-se supremamente dedicado; foi produtivo.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Bíblia de Estudo Pentecostal.
– Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.