O perigo de cultivar o sentimento de proeminência.
Lucas 9: 46-47; Marcos 9: 34
“E suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. Mas Jesus, vendo o pensamento de seus corações, tomou um menino, pô-lo junto a si”.
“Mas eles calaram-se; porque pelo caminho tinham disputado entre si qual era o maior.”
Apenas na fé bíblica a humildade é tida como uma virtude, algumas religiões não cristãs relacionam a humildade à falta de honra e não a reconhecem como virtude. Dentro da estrutura do teísmo revelado, a humildade é de fato uma virtude, a atitude apropriada da criatura humana para com seu divino Criador. É o reconhecimento espontâneo da dependência absoluta da criatura em relação ao seu Criador; um reconhecimento de bom grado, não hipócrita, do abismo que separa o Ser que existe por si só do ser absolutamente contingente.
Sem a intenção de criar doutrina a respeito da postura que devemos ter no momento da oração, mas a postura de ajoelhar-se, além de indicar respeito e gratidão, demonstra, também, que estamos cientes de que nossa existência é um dom da graça inescrutável e misericórdia do nosso Deus que, tendo nos chamado para fora do sistema do mundo, sustenta-nos a todo instante para que não retornemos ao que éramos antes.
A humildade, no sentido bíblico é explicada pela confissão de Abraão de que ele não é mais do que “pó e cinzas” – “E respondeu Abraão dizendo: Eis que agora me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza.” É explicada, também, pela veemente lembrança de Paulo aos orgulhosos coríntios de que a posição do homem diante de Deus é necessariamente a posição de alguém que recebe, a de um mendigo cujas mãos estão vazias até que a benevolência divina as encha – “E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro. Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?”
De acordo com os princípios da estrutura teísta, a humildade é a reação completamente correta de uma criatura culpada na presença de seu Criador Santo. É o reconhecimento por parte do pecador de que sua irredutível insuficiência, enquanto criatura finita, tem sido, apesar disso, incomensuravelmente diminuída pela rebelião contra seu Criador. No Antigo Testamento é o grito do jovem profeta quando vê o Senhor – “Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros” e, no Novo Testamento é a honesta autodepreciação do apóstolo quando se dá conta de sua teimosa desobediência em relação à verdade –” Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.”
Humildade é a consequência lógica da consciência do pecado.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Bíblia de Estudo Pentecostal.
– Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
– Enciclopédia da Bíblia – Cultura Cristã, Merril C. Tenney