A condenação de Jesus por Pilatos.
João 19: 12-16
“Desde então Pilatos procurava soltá-lo; mas os judeus clamavam, dizendo: Se soltas este, não és amigo de César… Ouvindo, pois, Pilatos este dito, levou Jesus para fora, e assentou-se no tribunal… E era a preparação da páscoa… Eis aqui o vosso Rei… Não temos rei, senão César. Então, consequentemente entregou-lho, para que fosse crucificado…”
A crucificação do nosso Senhor Jesus pode ser analisada sob dois aspectos: o humano e o divino. Considerando-a pelo lado humano, podemos dizer que o Senhor Jesus foi condenado a sofrer e morrer por causa da fidelidade à sua condição de Filho de Deus, o Messias, ou seja, usando os termos de hoje podemos dizer que os judeus queriam sua morte porque viam Jesus como um ‘santarrão’. E, pelo aspecto divino, já na idade de doze anos tinha consciência de quem Ele era, e a narrativa do evangelho de Lucas não deixa dúvidas quanto a Jesus saber que era o Filho de Deus e o Rei de Israel. Quando o sumo sacerdote perguntou-lhe, sob juramento, se era o Filho de Deus, Jesus selou sua própria sorte, respondendo afirmativamente. Quando estava sendo interrogado por Pilatos, uma simples negação teria lhe assegurado a soltura, mas Ele não poderia negar aquilo de que tinha consciência – “Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci”, foi seu testemunho corajoso e, Paulo escreveu sobre isso – “Cristo Jesus… diante de Pôncio Pilatos deu o testemunho de boa confissão”.
Pilatos ordenou um açoitamento que, em sua opinião, satisfaria as demandas dos judeus de que Jesus fosse punido dissipando assim o clamor por sua crucificação. Pilatos diz aos oficiais judeus que Jesus “… nada fez que mereça a morte”, e conclui, “… portanto, eu o castigarei e depois o soltarei”. Mas a pressão por parte dos lideres judeus foi maior que a autoridade de Pilatos e, este temeroso mandou açoitar Jesus – “Então Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhe Barrabás e, açoitado Jesus, o entregou para ser crucificado.”
A flagelação aplicada pelos romanos podia ser aplicada de três formas: um espancamento menos severo aplicado por crimes relativamente leves, como vandalismo, o qual muitas vezes era acompanhado de uma severa advertência; uma flagelação brutal aplicada a criminosos cujos crimes eram mais sérios; e o castigo mais terrível de todos, e um que estava sempre associado com outras punições, incluindo a crucificação. Nessa última forma, a vítima era despida e amarrada a uma estaca para depois ser golpeada por diversos torturadores até que eles ficassem exaustos, ou seus comandantes os mandassem parar. Para vítimas que, como Jesus, nem eram cidadãos romanos nem soldados, o instrumento favorito era um chicote cujas tiras de couro eram equipadas com pedaços de osso ou chumbo ou outro metal.
No meio dos angustiosos detalhes dos interrogatórios e da crucificação, porém, não devemos perder de vista a verdade de que este evento fazia parte do plano de Deus para a redenção. Judas o traiu, Pedro o negou, os apóstolos abandonaram-no, o Sinédrio condenou-o, Pilatos pronunciou a sua sentença, os soldados romanos crucificaram-no, os líderes zombaram dEle, mas Deus, que vê o fim desde o início, já providenciara todos estes detalhes, colocando-os no seu plano de redenção.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Bíblia de Estudo Pentecostal.
– Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
– Comentário de João, D. A. Carson