Resolvendo conflitos na esfera da igreja.
I Coríntios 6: 5 [ACF]
“Para vos envergonhar o digo. Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?”
Desde o tempo da Igreja Primitiva, como se percebe no teor da carta que Paulo escreveu aos crentes de Corinto, que a sociedade instalou um sistema legal no qual as discordâncias podem ser resolvidas nos tribunais. Mas Paulo declara que os crentes não devem ir a um tribunal secular para solucionar suas diferenças. Como crentes (se realmente somo), nós temos o Espírito Santo e a mente de Cristo, então por que deveríamos nos dirigir àqueles que não possuem a sabedoria de Deus para decidir nossas questões? Por tudo o que recebemos como crentes e por causa da autoridade que teremos no futuro para julgar o mundo e os anjos, devemos ser capazes de lidar com as eventuais disputas.
Paulo está se referindo a disputas banais entre os crentes, isto é, são questões que se resolvem com uma boa dose de conversa e bom senso. Situações que, se alguns incrédulos resolvem com argumentos válidos, porque os crentes fazem o mesmo? Questões desta monta devem ser julgadas na igreja e não na justiça secular. A igreja deve julgar entre aquilo que é certo ou errado, dar seu veredito e disciplinar o culpado, se necessário for – “Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão; Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada.”
Paulo não está proibindo os crentes de irem aos tribunais seculares em busca de justiça. Verdade é que, em casos graves ligados a incrédulos (estejamos cientes de que há incrédulos dentro das igrejas) a justiça secular serve para assegurar nossos direitos como cidadãos deste mundo. O próprio apóstolo Paulo apelou ao sistema judiciário mais de uma vez – “Mas Paulo replicou: Açoitaram-nos publicamente e, sem sermos condenados, sendo homens romanos, nos lançaram na prisão, e agora encobertamente nos lançam fora? Não será assim; mas venham eles mesmos e tirem-nos para fora. E os quadrilheiros foram dizer aos magistrados estas palavras; e eles temeram, ouvindo que eram romanos.”
Paulo não está dizendo, tampouco, que a igreja deve permitir que seus membros abusem ou maltratem ilicitamente os inocentes, como viúvas, crianças ou os indefesos. Pelo contrário, Paulo fala de questões em que é difícil determinar quem tem razão. Casos pecaminosos ostensivos não devem ser tolerados. Além disso, quando um suposto ‘irmão’ se divorcia ou abandona sua família e se recusa a sustentar sua esposa e filhos com pensão alimentícia, uma mãe, com motivos justos e ante a necessidade dos filhos, pode apelar à justiça. Paulo não defende a ideia de deixar os violadores da lei defraudarem o próximo, nem serem uma ameaça à vida ou ao bem-estar dos outros. Sua declaração indica que ele está falando das disputas mínimas, em que a injustiça sofrida pode ser suportada e tolerada.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Bíblia de Estudo Pentecostal.
– Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.