A prisão de Jesus no Jardim do Getsêmani.
João 18: 1-14
“Tendo Jesus dito isto, saiu com os seus discípulos para além do ribeiro de Cedrom… E Judas, que o traía, também conhecia aquele lugar… veio para ali com lanternas, e archotes e armas. Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se, e disse-lhes: A quem buscais?… Quando, pois, lhes disse: Sou eu, recuaram, e caíram por terra… Então a coorte, e o tribuno, e os servos dos judeus prenderam a Jesus e o maniataram…”
No Evangelho que João escreveu, e somente nele, nós podemos perceber que a forma como o apóstolo descreve todas as coisas em relação à paixão de Cristo, nos conduz a entender que não era apenas os religiosos judeus que nutriam ódio pelo Senhor. João faz questão de mostrar aos leitores, que os romanos também tinham certo grau de ódio pelo Senhor, apontando com isso o desejo de mostrar que o mundo inteiro se juntou contra Jesus. João, também, não escreve nada sobre a agonia do Senhor no Getsêmani, em vez disso, o que o evangelista quer deixar bem claro para todos os que tiverem acesso aos seus escritos é que era Jesus quem estava controlando todos os acontecimentos.
Em João, nós não encontramos o relato sobre o beijo de Judas, no lugar deste, o que temos é um dos momentos mais intrigantes no episódio da prisão de Jesus é quando Ele diz para os guardas que Ele era quem eles buscavam. Jesus não esperou que chegassem até Ele com truculência como se eles tivessem poder para fazer com Ele o que bem quisessem, mas pelo contrário, Ele se adiantou e se identificou, mostrando com isso que o controle da situação estava em suas mãos. Não há menção do beijo traiçoeiro de Judas: Jesus vai em direção a sua prisão e controla o curso dos eventos. Ele interroga seus captores e demonstra de tal forma sua glória que eles caem para trás no chão.
Na narrativa de João percebemos com extrema facilidade que os poderes religiosos e políticos do mundo andam de mãos dadas – judeus representando o poder religioso e Roma o político. Pilatos deixou-se levar facilmente por influência dos judeus e, dentro de uma ótica política é melhor e mais fácil desagradar um ou dois do que se levantar contra a classe religiosa inteira. O texto de João revela evidencias claras do que a escatologia diz sobre o fim dos tempos – a associação dos poderes religiosos e políticos. O ‘falso profeta’ será alguém que se destacará dentro do sistema religioso e, por outro lado, o ‘anticristo’ se destacará no sistema político e ambos unirão entre si para combaterem tudo o que tiver alguma relação com o Nome de Deus.
Geralmente, na prática, uma coorte possuía 600 homens, mas às vezes podia referir-se a apenas 200 (‘manipulo’). Tropas auxiliares romanas geralmente ficavam baseadas em Cesaréia, mas durante os dias de festa eram guarnecidas na Fortaleza Antônia, no perímetro noroeste do complexo do tempo (a fim de manterem a segurança e evitarem violência ou rebelião por causa do grande número de pessoas que enchia Jerusalém.). O segundo grupo chamado de “oficiais” se refere à polícia do templo; estes foram os principais que prenderam Jesus, pois o destino dEle depois que fosse preso era ser levado à presença do sumo sacerdote. Eles estavam preparados (armados) para enfrentar resistência da parte de Jesus e seus seguidores.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Bíblia de Estudo Pentecostal.
– Bíblia de Estudo MacArthur.
– Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
– Comentário de João, D. A. Carson