Capacitados com sabedoria para o confronto
Atos dos Apóstolos 6: 10 [ACF]
“E não podiam resistir à sabedoria, e ao Espírito com que falava.”
Os judeus tinham ciúmes da lei e não conseguiam e nem podiam entender (conforme profecia de Isaías – “… Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis”) como Cristo tinha vindo para cumpri-la e trazer uma nova época. Eles tinham orgulho de seu templo e se recusavam a acreditar que Deus permitiria que ele fosse destruído. Estevão enfrentou a mesma cegueira espiritual com que Jeremias havia se deparado em seu ministério. A igreja enfrentaria a oposição da tradição judaica por muitos anos ainda, vinda deles mesmos e de falsos mestres vindos de fora – “E isto por causa dos falsos irmãos que se intrometeram, e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão”.
Ao escrever que os ‘religiosos judeus’ que estavam ouvindo Estevão ‘não podiam resistir’ ao seu discurso, Lucas não quer dizer com isso que eles aceitaram a mensagem em seu coração e, consequentemente, creram em Jesus. O que Lucas está dizendo é que eles não tinham argumento que pudesse fazer oposição ao que Estevão falava e fazia. O Espírito Santo deu a Estêvão poder para realizar prodígios e grandes sinais entre o povo e lhe deu grande sabedoria para pregar o evangelho de tal maneira, que seus oponentes não podiam contestar os seus argumentos – “Porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir nem contradizer todos quantos se vos opuserem.”
No contexto histórico do martírio de Estevão havia judeus de várias nações vivendo em Jerusalém, em suas próprias comunidades, e alguns desses grupos étnicos possuíam as próprias sinagogas. Os Libertos eram descendentes dos judeus que haviam sido cativos, mas que obtiveram sua liberdade de Roma. Uma vez que Paulo era de Tarso, na Cilícia, é possível que tenha ouvido Estêvão na sinagoga e talvez até discutido com ele (não há nenhum registro bíblico ou extra-biblico sobre isso, é apenas uma especulação dos historiadores e teólogos). Porém, não havia quem se equiparasse ou que resistisse à sabedoria e ao poder de Estêvão. Assim, a única forma de calar a boca do discípulo era destruí-lo.
O tratamento que Estêvão recebeu é paralelo à forma como os líderes judeus trataram Jesus. Primeiro, contrataram falsas testemunhas para depor contra ele. Em seguida, instigaram o povo que, por sua vez, o acusou de atacar a Lei de Moisés e o templo. Por fim, depois de ouvirem seu testemunho, o executaram. Precisamos de mais ‘estevãos’ em nossos dias. Não somente alguém que esteja disposto a dar sua vida em favor do Evangelho, mas, muito mais importante que isso, que esteja em plena comunhão com o Espírito a fim de receber sabedoria, unção e poder para falar e operar prodígios.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– Bíblia de Estudo Pentecostal.
– Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
– Bíblia de Estudo Wiersbe.