"𝓔, 𝓵𝓲𝓫𝓮𝓻𝓽𝓪𝓭𝓸𝓼 𝓭𝓸 𝓹𝓮𝓬𝓪𝓭𝓸, 𝓯𝓸𝓼𝓽𝓮𝓼 𝓯𝓮𝓲𝓽𝓸𝓼 𝓼𝓮𝓻𝓿𝓸𝓼 𝓭𝓪 𝓳𝓾𝓼𝓽𝓲𝓬̧𝓪". 𝓡𝓶 6:18

Estudos Bíblicos

Tentemos dominar essa fera – 6ª Parte

Palavras são como penas levadas ao vento

Com muita propriedade disse Calvino: “Não pode ser infligida aos homens injúria maior do que lhes ferir a reputação”. E sempre bom, ao final do dia, fazermos um balanço daquilo que falamos, para ver se não estamos ferindo mais do que restaurando e edificando, através das nossas palavras. A disciplina da língua depende de um exercício contínuo e muito autocontrole. Vencer a tentação de falar da vida alheia deve ser nosso objetivo sempre.

Existem muitas histórias que ilustram situações em que palavras, pronunciadas, causaram grandes estragos. Ser ofendido verbalmente, é uma situação deprimente para quem ouve os impropérios, ser acusado falsa e injustamente causa constrangimento, tristeza, impotência diante da situação, humilhação, exclusão (social) e as vezes leva até a morte.
Diz um ditado popular que “quem bate esquece, mas quem apanha não”. É claro que nenhum dos dois vão esquecer o fato, o que o ditado quer dizer é que, mais do que quem bateu, o que apanhou vai ter isso na lembrança sempre. As ofensas, injúrias ou calúnias vão permanecer vivas, sempre vivas, na memória deste, mesmo que lhe seja pedido perdão.
Agora, quero que penses no seguinte: Imagine Deus nos perdoando das nossas muitas ofensas e incontáveis pecados. Ele foi, e ainda por vezes é, ofendido, escarnecido, ultrajado, desprezado, etc., e nos perdoou de todos estes atos. Devemos entender esse ato de Deus, não como um simples esquecimento momentâneo dos nossos pecados, mas Ele mesmo disse que os jogou nas profundezas do mar e que por amor de Si mesmo, deles já não se lembra mais. Maravilhoso isso, não é mesmo? Imagine agora, Deus, de vez em quando, nos jogando tudo isso na cara. Se Ele agisse assim não teria nos perdoado. Da mesma forma deveríamos agir, perdoar não é esquecer por um momento, mas apagar definitivamente da memória todas as ofensas.

Palavras difamadoras

Davi nos deixa um grande ensino nesta passagem: “Eis que este dia os teus olhos viram que o Senhor hoje te pôs em minhas mãos nesta caverna, e alguns disseram que te matasse; porém a minha mão te poupou; porque disse: Não estenderei a minha mão contra o meu senhor, pois é o ungido do Senhor” (1 Samuel 24:10).
Ainda que o ungido do Senhor esteja fora da sua vontade, longe dos seus caminhos, quem cuida disso é Deus. Nosso dever é fazer como Gideão, trabalhar para ver mudanças acontecer (Juizes 6:11). Não adianta fazer greve, não adianta fazer grupinhos, não adianta espalhar boatos, Deus não age por estes meios. Deus não é Deus de confusão.

Se queremos mudanças, temos que trabalhar mais do que criticar.

As críticas devem ser construtivas e dirigidas à pessoa certa. Só creio em críticas construtivas, quando quem critica oferece sugestões e se apresenta para o trabalho. Infelizmente, os que mais criticam, são os que menos fazem.

O coração do justo medita o que há de responder, mas a boca dos ímpios derrama coisas más” (Pv 15:28).

Certo dia, quando Spurgeom saia do templo após o culto, uma senhora o parou e lhe disse:
— Pastor Spurgeon, sua gravata está muito comprida, deixa-me cortar um pedaço, pois eu tenho uma tesoura muito boa lá em casa.
Spurgeon respondeu:

— Eu deixo, se a senhora primeiro permitir que eu corte um pedaço da sua língua.

Esse fato, apesar de ser irônico, está cheio de verdades. Quase sempre é mais fácil olhar para os defeitos dos outros e esquecer dos nossos. Que lição aquela irmã aprendeu. A falta de avanço na vida cristã pode ter como causa, a preocupação com a vida alheia de forma negativa.

Paulo, ao escrever para os coríntios, disse: “...examine, pois, o homem a si mesmo…” (1 Co 11:28) A auto avaliação é um exercício muito eficiente no processo de disciplina da língua. Foi o que aconteceu com o profeta Isaias. Ao contemplar a visão da glória da Santidade do Senhor, era como se ele estivesse olhando num espelho. (Isaias 6:1-7). Foi por isso que ele disse: “Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos” (v.5).

Somente quando somos impactados com a santidade de Deus, é que percebemos os nossos pecados e sentimos a necessidade de purificação, limpeza e perdão. A glória da santidade de Deus tem que estar sempre viva em nossa mente, para que não nos conformemos com o pecado que tão de perto nos rodeia.
O perigo que corremos hoje é termos no arraial do povo de Deus muitos profetas com a língua enferma. Quando os pecados sociais da língua são cometidos no meio daqueles que são os referencias para o rebanho, logo teremos um rebanho tão enfermo quanto os líderes.

Se conhece o caráter de um homem, por aquilo que ele fala.

Nunca fale mal da igreja em lugar nenhum, principalmente dentro da sua casa… Muitos filhos nunca serão discípulos de Jesus, por causa daquilo que seus pais estão dizendo da igreja em casa!
Muitas conversas entre marido e mulher não devem ser ouvidas pelos filhos. Conforme o teor do assunto a ser conversado, é melhor que escolham um lugar onde a privacidade seja absoluta. Se os pais forem prudentes em procurar não influenciar os filhos com aquilo que é negativo, com certeza teremos mais filhos sadios espiritual, mental e emocionalmente. ” E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor“. (EF 6.4)

O que Deus disse para os pais israelitas serve para todos nós hoje: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos.E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas“. (Dt. 6.6-9)

Você sabia que para uma galinha parar de destruir os próprios ovos é necessário queimar o bico dela?

 

Adaptado: A Língua – Domando essa fera (Josué Gonçalves)

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Erivelton Figueiredo

Cristão Evangélico; Obreiro do Senhor Jesus Cristo, pela misericórdia de Deus; Professor da EBD; Capelão; Estudante persistente da Palavra de Deus; Membro da Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Min. Boas Novas em Guarapari-ES. Casado com a Inês; pai do Hugo, do Lucas e da Milena.

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