A quantidade de vezes que se deve perdoar uma pessoa.
Mateus 18: 21-22
“Então, Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete.”
Segundo a tradição judaica, nos tempos de Jesus, uma pessoa poderia ser perdoada até três vezes e não mais que isso, essa prática se fundamentava nos escritos de Amós 2:6 e Jó 33:29-30, onde está subentendido que Deus só perdoa o homem, no máximo, três vezes. Ora, se o próprio Deus perdoa apenas três vezes, diziam os mestres dos judeus, por que ser mais justo que Ele e perdoar mais vezes que Ele? Perdoar três vezes estava de bom tamanho.
Antes deste diálogo com Pedro, Jesus ensinou qual era o procedimento com algum irmão que, espontânea ou displicentemente, tenha infringido as boas regras da cordialidade fraternal e ofendera gravemente seu irmão. Jesus enfatizou que a base de um sólido e sincero relacionamento fraternal é o diálogo. Se um irmão errasse contra o outro, este deveria procurá-lo e acertar os ponteiros com ele. Se o errado ouvisse, a pessoa certamente teria ganhado o irmão. Mas se o errado não quisesse ouvi-lo, ele deveria levar duas ou três outras pessoas, agora já como testemunhas. Se ela não ouvisse os irmãos, uma espécie de comissão, então que o assunto fosse à igreja.
Jesus ensinou que irmãos que entrassem em desavenças deveriam procurar logo a reconciliação. As pessoas devem se entender e viver em paz umas com as outras, ainda mais sendo irmãos em Cristo. O princípio do entendimento é bem simples. Basta as pessoas não se colocarem como mais importantes que as outras, entendendo que o maior é quem serve. O problema é que a vaidade humana é muito grande, e a igreja, quando se descuida, é contaminada pelo jeito de ser do mundo.
Os discípulos ouviram atentamente o ensino, e, então, Pedro resolveu “abafar” como crente e declarou que estava indo além do que estava estabelecido: Sim! Se os rabinos ensinavam que três vezes era o limite, ele duplicou isso e ainda acrescentou mais um de sobra – sete vezes. O número sete nos ensinos rabínicos tinha um aspecto simbólico de perfeição, dava a ideia de algo completo e bem extenso.
Pode ser que Pedro esperasse ouvir de Jesus algo como: “- Estão vendo irmãos! Sigam os passos de Pedro, que vocês irão longe.” Ou ainda:” – Caramba, Pedro! Você realmente aprendeu o que é ser crente, isso me deixa orgulhoso de você.” Mas, provavelmente, a resposta que Jesus deu, o deixou desconcertado, pois o número de vezes que Jesus sugeriu era muito além do que ele havia dito.
Não quero me deter em dar significados para números e determinar quantas vezes devemos perdoar as pessoas, mas, só para esclarecimento, a expressão de Jesus é mais que matemática. É teológica: Na cultura linguística da época sugere um número infinito de vezes. Não há limites para o perdão que devemos exercer.
Quem foi perdoado deve perdoar.
Erivelton Figueiredo
Deus te abençoe.
Graça e Paz.
Referências:
– A Matemática do Perdão – Isaltino Gomes Coelho Filho
Ótima reflexão. Muito obrigada! Deus te abençoe.