"𝓔, 𝓵𝓲𝓫𝓮𝓻𝓽𝓪𝓭𝓸𝓼 𝓭𝓸 𝓹𝓮𝓬𝓪𝓭𝓸, 𝓯𝓸𝓼𝓽𝓮𝓼 𝓯𝓮𝓲𝓽𝓸𝓼 𝓼𝓮𝓻𝓿𝓸𝓼 𝓭𝓪 𝓳𝓾𝓼𝓽𝓲𝓬̧𝓪". 𝓡𝓶 6:18

Post parceiros

PEDINDO À PESSOA CERTA.

Por: Marcos Tuler

Ainda posso sentir o mesmo frio no estômago, que experimentei quando o Diretor me chamou-me à sua sala. Quase não podia respirar: a ansiedade e o temor abraçavam-me buliçosamente. O que estaria acontecendo? Não era comum chamar-me daquele jeito, naquele tom. Tentei, num esforço desumano, lembrar-me de alguma coisa errada que, por ventura, tivesse feito nos últimos dias, ou nas últimas horas. Porém, nada me veio à lembrança. Que sensação desconfortável!

Adentrei-me naquela suntuosa sala. O Diretor despachava faustosamente pelo telefone. Sentei-me, e por alguns instantes apreciei o gélido clima que destoava dos “ares” das outras dependências.

O Diretor era um homem imponente em seus quase dois metros de altura. Tinha sorriso branco e largo; ostentava postura de quem recebera um título honorífico inglês. Pensando bem, era diretor de uma multinacional; uma grande distribuidora no ramo de papel-celulose.

O que intentaria falar-me de tão importante? Que atenção mereceria um simples funcionário? Estaria o ilustríssimo Diretor em “estado de graça”?

Antes de endireitar-me pela enésima vez na cadeira, ouvi aquela voz vigorosa e desafiadora, que caracteriza os empreendedores: “Como vai Sr. Marcos? O dia está maravilhoso, não acha?” Depois de uma pequena pausa, meneei a cabeça concordando. Na verdade, esperava que ele fosse direto ao assunto; o que não aconteceu. Então tomei coragem e perguntei-lhe: “Em que posso ajudá-lo Sr. Alfredo?” “Por qual razão chamou-me?” Ao que me respondeu enfaticamente: “Quero apenas dar-te um conselho.” Continuou. “Soube que o Sr. passa por dificuldades financeiras e, devido a isto, tem pedido dinheiro emprestado a várias pessoas aqui na empresa.” “Isto é verdade?” Indagou-me.

Nunca me esquecerei daquele momento! Tive certeza de jamais poder encará-lo novamente

Quando ainda pensava em justificar-me, irrompeu-se decisivamente o Diretor: “Admiro-o muito como pessoa e gosto do seu trabalho, portanto, escute o meu conselho: quando tiver de pedir alguma coisa a alguém, não peça a qualquer pessoa. Peça somente a quem realmente pode e deseja ajudar-te. “Prosseguiu explicando. “Quando você pede alguma coisa a várias pessoas, todos ficam sabendo do seu problema, e quase nunca podem ou desejam ajudá-lo. Ao contrário, às vezes usam o teu problema ou necessidade para ridicularizá-lo.”

Que lição maravilhosa o Espirito Santo ensinara-me naquele momento! Lembrei-me imediatamente do que diz o Senhor em sua Palavra: “…nada tendes, porque não pedis” (Tiago 4.2).

Queixamo-nos tanto de nossos problemas, participamo-los a tantas pessoas, que às vezes temos a impressão de tê-los contado ao Senhor. É só impressão! Na verdade, nosso Pai celestial nunca ouviu de nossos próprios lábios um só balbucio a respeito deles.

Preferimos esmolar os mesquinhos favores humanos que pedir a quem realmente quer e pode nos dar: o Dono da terra, do mundo, de todas as riquezas e criaturas.

Precisamos fazê-lo conhecedor de nossos anseios!

Para receber as bênçãos do Altíssimo é necessário exercitar a vontade, o querer; desejar com ardor e pedir com persistência.

A história do cego de Jericó, narrada nos Evangelhos, ilustra satisfatoriamente este ponto.

Bartimeu, quando soube que Jesus estava por perto, não hesitou um só instante, começou a bradar em alta voz: “Jesus Filho de Davi, tem misericórdia de mim.”

Ele tinha certeza que jamais teria outra chance, pois ninguém no mundo poderia solucionar seu problema. Após muita insistência, e total indiferença ao coro da desesperança, ouviu de seus próprios repreensores o sonoro convite ao “bom ânimo”. Era o fim da sua desgraça, afinal, o Mestre divino o chamava. Não precisava mais gritar.

Lançando de si todo o impedimento, colocou-se inteiramente a disposição do dono da vida.  

A partir daquele momento, Jesus faria a pergunta mais lógica de toda a Bíblia: “Que queres que te faça?”

Ora, o homem era cego!

Era necessário que o filho de Timeu manifestasse naquele momento todo o desejo do seu coração: “Mestre, que eu tenha vista“.

Deus tem sempre a melhor das intenções a nosso respeito. Sua vontade é sempre nos abençoar; Ele faz o bem que esperamos sem nos lançar em rosto e não aceita recompensa: “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais” (Jeremias 29.11).

Ele é Pai, e doador de todas as bênçãos. Jamais nos despedirá de mãos vazias. Devemos confiar-Lhe toda a nossa vida.

E qual de entre vós, é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem” (Mateus 7.9-11).

 AUTOR:
Marcos Tuler, autor de 9 livros na área de didática e educação cristã, o professor Tuler, como gosta de ser chamado, coloca à disposição dos docentes cristãos um imenso cabedal de experiência e conhecimento.


Site:  https://www.marcostuler.com.br/professoreficaz
Facebook: https://www.facebook.com/pedagogomtuler/
Instagram: @marcos_tuler

Compartilhar

Erivelton Figueiredo

Cristão Evangélico; Obreiro do Senhor Jesus Cristo, pela misericórdia de Deus; Professor da EBD; Capelão; Estudante persistente da Palavra de Deus; Membro da Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Min. Boas Novas em Guarapari-ES. Casado com a Inês; pai do Hugo, do Lucas e da Milena.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.